www.defatima.com.br - fatelier@defatima.com.br - (65) 3627 6627

PAINEL DE ESTUDO DOS ALUN@S DO CURSO ONLINE DE HISTÓRIA DA ARTE - TURMA 01.2007-NOTURNO
tema - A LARANJA

LINHA DO TEMPO


DEPOIMENTOS DE ALUNOS

Fatima
Este curso foi para mim e acredito que para todas, uma abertura de visão realmente valiosa, principalmente pelo seu formato, por exigir a minha atuação, com a minha criatividade e sensibilidade, além do que eu imaginava ser capaz e além, isso é o mais importante, das limitações que eu mesma havia criado para a minha expressão.
Isso me fez aprender, apreender,  exercer e aumentar a minha percepção do quanto posso realizar. E é isso que entendo que alguém que ensina deve perseguir.
Você conseguiu. Parabéns e muito obrigada.
Um grande beijo
Rosana


“ARTE s.f.
Atividade que supõe a criação de sensações
ou de estados de espírito de caráter estético
carregados de vivência pessoal e profunda (...)
A capacidade criadora do artista
de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos.”
Novo dicionário da língua portuguesa.
de
Aurélio Buarque de Holanda

Desde que se iniciou um estudo sobre a história da arte, por volta do séc.V, inúmeros são os conceitos já elaborados sobre o que seja ARTE, ainda assim, chegamos aos dias de hoje sem uma conclusão que evidencie a participação da arte em nossas vidas e efetivamente a defina.

Na antiguidade classificavam-se as artes em duas grandes categorias:
as servis ou mecânicas e as liberais. Nas artes servis encontraremos indistintamente todas aquelas que necessitem do uso das mãos e nas artes liberais nos depararemos com a gramática, a dialética, a retórica, a geometria, a aritmética, a astronomia e a música, atividades estas, que necessitam do uso da mente

Havia naquela época o conceito de que as atividades que exigissem a participação do raciocínio, ou seja, fossem guiadas pela razão, deviam estar subordinadas à atividade do intelecto, considerado como a intuição intelectual, que diria respeito aos princípios transcendentes, vindo tudo, na verdade, a dar no mesmo, visto que neste período a humanidade já se achava em grande parte dominada pelo uso excessivo do raciocínio em detrimento da verdadeira intuição que a liga à sua origem espiritual.

Ao final da Idade Antiga, alegando-se que antes da operação manual sempre precede a operação mental, procurou-se libertar as artes servis do caráter inferior à qual era subjugada, pois os trabalhos manuais ocupavam então uma posição inferior ao trabalho intelectual, ainda que este trabalho resultasse em obras de arte. O célebre Leonardo da Vinci, que viria a criar a primeira Academia de Arte, em Milão (por volta de 1507), também desenvolvia o seu pensamento com semelhante convicção, acentuando o caráter intelectual da atividade artística, de onde a sua declaração:

-L’arte é cosa mentale!”

No entanto, da mesma maneira que hoje percebemos não ser este um conceito suficientemente claro para definir o que seja ARTE, já naquela época, vários estudiosos também não se contentaram apenas com o uso do termo artesliberais para pintores, escultores e arquitetos. Discutia-se que: se a propriedade da liberalità, ou seja, das artes liberais, era libertar a carne do espírito, a arte deveria ser obrigatoriamente nobre. Naturalmente aqueles que assim se expressaram pensavam nas qualidades do ser humano, consideradas como nobres, no entanto, uma confusão de conceitos foi instalada: por nobreza entendeu-se uma classificação sócio econômica, chegando-se ao absurdo de propor a proibição do exercício da pintura por plebeus! Diga-se de passagem, uma atitude que nada tinha de nobre!

Águas passadas.

Quando observamos um objeto de arte, nosso interesse estético se agita e notamos que arte não é apenas uma coleção de coisas de museu, e a obra de arte não é apenas um objeto histórico e cultural que se pode explicar pelas condições em que foi criada, como o propõe a crítica de arte. As emoções que vivenciamos ao observar obras artísticas, independentemente do período ou forma como foram criadas, leva-nos a questionar o motivo que provoca tal reação.

Esta reação natural e abrangente ocorre mesmo sem a participação manipuladora da crítica de arte, pois a arte possui autonomia suficiente para, enquanto linguagem, ter os seus códigos decifrados pelo público ao qual se destina.

Deixando os conceitos ditados pelo raciocínio de lado, observamos que a arte, em qualquer uma de suas manifestações, é uma expressão humana transformada em símbolos. Ela aparece nos primórdios das civilizações, assim como surge nas primeiras manifestações do homem como indivíduo, como podemos perceber facilmente nas crianças, que, em nossa volta, desenham, pintam, dançam e cantam, sem parar, com total desenvoltura quando livres de pressões externas ao seu comportamento natural.

Assim como não depende da época, a necessidade de manifestação artística também não depende da geografia, ou seja, a encontramos nos países dos mais variados climas, em todas as raças, independentemente do progresso técnico, entre pobres ou ricos, cultos ou não.

Onde então procurar a verdadeira natureza da emoção estética?

O escritor alemão Abdruschin em sua obra nos coloca o seguinte:

Até agora, da ação viva do espírito, do sentimento intuitivo, só nasceu a arte. Somente ela teve uma origem e um desenvolvimento natural, isto é, normal e sadio. Mas o espírito não se manifesta no raciocínio, e sim nos sentimentos intuitivos, mostrando-se somente naquilo que de um modo geral se denomina “coração”. Exatamente do que os atuais seres humanos de raciocínio, desmedidamente orgulhosos de si mesmos, escarnecem e ridicularizam prazerosamente. Zombam assim do que há de mais valioso no ser humano, sim, exatamente daquilo que faz do ser humano um ser humano!(NA LUZ DA VERDADE Volume I – Dissertação: “Era uma vez...”)

Nascendo da “ação viva do espírito” deve então, em sua essência, existir em todas as pessoas, desde que esta não seja dominada unicamente pelo raciocínio terreno. É preciso aqui não confundir a essência da criação artística, absoluta e permanente, com a forma pela qual se manifesta, relativa e transitória.

Onde quer, porém, que o raciocínio alcance supremacia, a arte é logo degradada a ofício, descendo imediatamente e de modo incontestável a níveis baixíssimos. Trata-se duma conseqüência, que, devido à sua simples naturalidade, nem pode ser diferente. Nenhuma única exceção pode aí ser provada.
(NA LUZ DA VERDADE - Volume I –Dissertação: “Era uma vez...”)

Podemos então concluir que a ARTE é uma manifestação do espírito humano e como tal permanece latente em cada um de nós. Caberá a cada um desenvolver a sua linguagem no sentido de exprimir os seus anseios mais profundos que, de acordo com a nobreza de alma do artista em questão, irá elevar tudo a que se refere através do enobrecimento ou, caso o artista tenha se limitado à análise material dos fatos através de um raciocínio torcido, irá mostrar claramente o desperdício da imensa dádiva de poder “criar”, e o que deveria ser um objeto de arte será apenas um objeto de consumo.

Fátima Seehagen
Artista plástica, formada em desenho Técnico pelo Instituto Politécnico de Londrina, facilitadora em criatividade aplicada.

 

A pintura do PERÍODO PALEOLÍTICO SUPERIOR, a primeira manifestação artística do ser humano, na visão dos historiadores, era feita com substâncias minerais dissolvidas em água, gorduras animais e vegetais e aplicadas com as mãos e arremedos de pincel.
É da mesma época a escultura rudimentar, que não pretende ser um retrato realista, mas uma idealização da figura feminina.
Depois de atravessar o MESOLÍTICO, transição entre o lascar e o polir a pedra, o homem, que aprendera a desenhar, pintar e esculpir, continua a sua arte.
No PERÍODO NEOLÍTICO, para sua sobrevivência, deixou de ser exclusivamente caçador e pescador, para tornar-se agricultor e criador. A sua crença não é mais dominada pela magia, mas acredita na alma e estiliza a sua arte
   
A ARTE EGÍPCIA, submissa a um governo teocrata, é sintética, abstratizante e obedece a Lei da Frontalidade.
Enquanto a ARTE GREGA, adquire acentuada expressão figurativa, numa concepção matemática da beleza da forma.
Com o advento do Cristianismo nasce a simbólica PRIMITIVA PINTURA CRISTÃ, que vem da obscuridade e do temor das catacumbas.
Enquanto o seu braço oriental a
ARTE BIZANTINA expressa-se por majestosos mosaicos, feitos de pequenos cubos de pedra,
as teselas.

Na ARTE GÓTICA coloridíssimos vitrais filtram a luminosidade para o interior das igrejas. No final deste período, artistas considerados pré-renascentistas distinguem-se pela progressiva libertação do convencionalismo bizantino.

No RENASCIMENTO os pintores já se valem da Tinta a Óleo que permite uma pintura de modelatos como o Esfumatto de
Leonardo da Vinci, aumentando consideravelmente a naturalidade das forma anatômicas enquanto que os cenários e a natureza de uma forma geral, ainda que representados com grande rigor científico, sofrem alterações e acomodações feitas pelo artista que os pinta em seu atelier, agora com telas e cavaletes que ajudaram na difusão das correntes estéticas uma vez que permitiram uma circulação mais fácil das obras.

   
Intimamente ligado à Contra Reforma, o BARROCO procura comover o espectador. São usados violentos contrastes de sombra e luz para obtenção de intensos efeitos expressivos, dramáticos, grandiloqüentes.
Eminentemente francês o ROCOCÓ, corruptela da palavra rocaille, concha, que é usada como um dos seus mais característicos elementos decorativos, expressa uma vida ociosa e requintada, o espírito galante e fútil da nobreza européia no sec. XVIII.
No ROMANTISMO os artistas participaram de lutas sociais, colocando-se como líderes da humanidade.
M
otivado pela fantasia e pela imaginação o artista tende a idealizar vários temas, tratando-os segundo sua ótica pessoal.

A dramatização da pintura pela composição em diagonal foi uma forte característica pictórica do período.
Recebendo um grande impulso da com a revolução de 1848 e a proclamação da II República da França, o interesse pela vida real e o compromisso com as questões sociais que já tinham sensibilizado os românticos encontram a sua representação no REALISMO .

O artista do Realismo quer despertar o público para a realidade do mundo à sua volta e ser verdadeiro com o que observa.
Para os realistas, os acontecimentos vulgares, a vida cotidiana, as pessoas simples eram as questões mais interessantes.


O grupo de paisagistas franceses reunidos na Escola de Barbizon, a partir de 1830, usava sistematicamente a observação direta da natureza como recurso para as cenas que produziam.

A intimidade e o convívio com a natureza nos arredores de Fontainebleau sinalizam a recusa do grupo pelo artificialismo da vida urbana. No PLENAIRISME
A renovação estilística empreendida pelo impressionismo encontra suas matrizes nos trabalhos precursores de Turner e Constable, nos artistas da Escola de Barbizon e nas paisagens de Corot e Courbet, partidários de novas formas de registro da natureza.


Finalmente no IMPRESSIONISMO, a pintura é realizada plenamente ao ar livre, o que provoca uma alteração radical nas representações da natureza.A suspensão dos contornos e dos claro-escuros em prol de pinceladas fragmentadas e justapostas, assim como o aproveitamento máximo da luminosidade e o uso de cores complementares, tornar-se-iam as marcas do novo estilo pictórico.

O PONTILHISMO ou
NEO-IMPRESSINISMO
, como também é conhecido, originou-se da preocupação de alguns artistas de introduzir na arte Impressionista o rigor da Ciência, através de um estudo minucioso dos fenômenos óticos.
A LEI DOS CONTRASTES SIMULTÂNEOS ( Chevreul, 1839) formou a base para as pesquisas do grupo.
Impõe-se então uma divisão entre:
IMPRESSIONISTAS ROMÂNTICOS
x
IMPRESSIONISTAS CIENTÍFICOS.

Considerada a 1ª Grande Revolução Artística do sec. XX, o FAUVISMO ou FOVISMO, inspirou-se no grupo
NABIS - "Os profetas" e levou a liberdade de cores até a completa transposição. A simplificação de formas em padrões amplos e a pureza cromática determinaram o
"sintetismo" do período.
O " cloisonnisme" (alveolismo) fechava as figuras com um traço negro.
O SIMBOLISMO aparece aqui impregnado de uma tristeza pungente,
transfigurando o mundo com uma nostalgia de sonho e mistério.



Paralelamente, exprimindo mais uma tendência do que um período propriamente dito, pois extrapola ao seu tempo, o EXPRESSIONISMO acentua a violência espontânea em reação às pesquisas estéticas do Impressionismo.

A autonomia plástica, a deformação do estilo e o individualismo dos criadores é levado aos limites da loucura.
Entre os anos de 1907 e 1914 acontece então uma revolução estética tanto na pintura como na escultura - O CUBISMO.

O ponto de partida deste novo movimernto foi o desejo de cirar uma arte concebida pela inteligência.

No CUBISMO ANALÍTICO domina a análise extrema, a exclusão de perspectivas e a adoção de um mundo monocromático.

Entre 1912-1913, as cores se acentuam e a ênfase dos experimentos é colocada sobre a recomposição dos objetos. O CUBISMO SINTÉTICO tende a criar imagens que são verdadeiros sinais coloridos.

À austeridade sucede a alegria e a embriaguez do jogo.

Elementos heterogêneos - recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres tipográficos, entre outros - são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens, amplamente utilizadas a partir de então.

O cubismo teve prolongamentos e retomadas por quase meio século.

Vários movimentos surgiram com base na nova estética, entre eles o ORFISMO, termo utilizado por Apollinaire querendo significar "jogos líricos".

O dinamismo das cores e o contraste simultâneo, praticados sistemáticamente por Delaunay e outros artistas jovens já indica a formação do Abstracionismo na Europa.

Afirmando a primazia da velocidade, o FUTURISMO surge buscando a sensação dinâmica como tal.

Violentamente polêmico, pretendendo abolir a arte do passado e pedindo a destruição dos museus exerceu forte influência, mais pela retórica do que pelas próprias obras.
A criação do Cabaré Voltaire, em Zurique, 1916, inaugura oficialmente o dadaísmo. Ao contrário de outras correntes artísticas, o DADAISMO apresenta-se como um movimento de crítica cultural mais ampla, que interpela não somente as artes mas modelos culturais, passados e presentes. Trata-se de um movimento radical de contestação de valores que utilizou variados canais de expressão: revistas, manifestos, exposições, entre outros.

A importância do mundo onírico, do irracional e do inconsciente, anunciada já no texto inaugural do SURREALISMO se relaciona diretamente ao uso livre que os artistas fazem da obra de Sigmund Freud (1856-1939) e da psicanálise, permitindo-lhes explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da mente.
Mobiliza diferentes modalidades artísticas: escultura, literatura, pintura, fotografia, artes gráficas e cinema.
 
O SUPREMATISMO está diretamente ligado ao seu criador, Malevich, e às pesquisas formais levadas a cabo pelas vanguardas russas do começo do século.
Rompe com a idéia de imitação da natureza, com as formas ilusionistas, com a luz e cor naturalistas e com qualquer referência ao mundo objetivo.
O NEOPLASTICISMO defendia uma total limpeza espacial para a pintura, reduzindo-a a seus elementos mais puros e buscando suas características mais próprias.
Os experimentos realizados pelos artistas neoplásticos foram essenciais para a arquitetura moderna, assim como para a formulação do que hoje se conhece por design.
No TACHISMO o traço, a linha e a cor ainda guardam relação com o lirismo do Neoplasticismo.
Defendendo a improvisação e o gesto espontâneo e instintivo coloca-se como uma tentativa de ultrapassagem tanto dos conteúdos realistas, quanto dos formalismos geométricos.

No MATERISMO a ênfase da pesquisa recai preferencialmente sobre a matéria criando o que ficou conhecido também por TEXTUROLOGIA.

De forte apelo ao tato - utilizam em suas pinturas, materiais pouco convencionais como cordas, papel, pó de mármore, etc.

O Expressionismo Abstrato chega ao seu auge na pintura de ação de Jackson Pollock:
ACTION PAINTING. Descartada a noção de composição a obra é concebida como fruto de uma relação corporal do artista com a pintura, resultado do encontro entre o gesto do autor e o material.

Com uma linguagem figurativa inspirada em objetos do quotidiano, utilizando processos técnicos mecânicos ou semi-mecânicos como a fotografia, a cópia xerox ( xerografia) e a serigrafia, a POP ART ou novo realismo toma todo o seu vocabulário do realismo social contemporâneo, como um neo-dadaismo.

Embora inspirada na Arte Cinética, a OP ART desenvolve os seus estudos exclusivamente em representações de duas dimensões.

Investigou as possibilidades dos efeitos ópticos que davam sensação de movimento.

Esses efeitos eram promovidos por determinadas combinações de cor e de intervalos entre as linhas.

A arte contemporânea, vigente até os dias de hoje, engloba uma pluralidade de movimentos e linguagens, que convivem paralelamente, todos especialmente reflexivos. Além da diversidade de propostas, as linguagens são diferentes entre si e, por vezes, contraditórias, evidenciando o caráter individualista.

Antes, a arte moderna, que envolvia discussões coletivas, dialogava com o material plástico, interagia com ele - agora, a arte passa a dialogar com o pensamento plástico, a idéia da arte, tornando-se mais intelectualizada e hermética para o público.

Do espectador exige-se maior atenção e um olhar que pensa.
Ao artista cabe o pensar arte, inventar / reinventar arte, criticar arte.
A MINIMAL ART ou MINIMALISMO, extremamente reflexivo, fez uma recusa ao comercialismo. Os artistas passam a trabalhar com estruturas de grandes dimensões, fugindo da escala humana.

A intenção era de denunciar que aquele objeto, inserido naquele lugar, era uma idéia estética, não um fato estético.

As obras não valem por si próprias, mas apenas no contexto em que estiverem inseridas.

A FORMA é, mais do que em qualquer momento da história da arte, mais importante que o CONTEÚDO.
Contra a idéia de plano e projeto, assim como de uma tendência a pensar a história da arte como evolução linear, a TRANSVANGUARDA quebra as hierarquias entre diferentes linguagens, entre "alta" e a "baixa" cultura, não conferindo privilégio a nenhum estilo e recuperando, inclusive, perspectivas descartadas.

As obras tendem à fragmentação e à combinação, algo eclética, de distintas referências.

A arte se renova a cada obra, para no futuro contar a HISTÓRIA!